Braskem admite culpa no afundamento do solo em Maceió durante CPI: “Assumimos a responsabilidade”, diz representante da empresa.

Em mais um capítulo da CPI da Braskem, realizada nesta quarta-feira (10), a comissão ouviu pela primeira vez um representante da mineradora. Marcelo Arantes, responsável pelas áreas de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da petroquímica, admitiu a culpa da empresa no processo de afundamento do solo em bairros de Maceió.

Durante o depoimento, Arantes destacou que, após encerrar as atividades de extração de sal-gema na região, a prioridade da Braskem foi garantir a segurança das pessoas afetadas, oferecendo estrutura necessária para a realocação dos moradores. Ele enfatizou a responsabilidade da empresa no evento que ocorreu na capital alagoana e mencionou que todos os esforços da companhia têm sido direcionados para reparar, mitigar e compensar os danos causados.

No início da reunião, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que o ministro do STF, Dias Toffoli, concedeu um habeas corpus para Arantes, permitindo que ele se mantivesse em silêncio em questões que pudessem incriminá-lo. No entanto, o representante da Braskem optou por responder aos questionamentos, embora tenha afirmado que não poderia debater questões técnicas.

Ao longo do depoimento, Arantes admitiu desconhecimento sobre temas como faturamento, margem de lucro, ausência de um geólogo no acompanhamento das ações da empresa, entre outros. Essas respostas, ou a falta delas, geraram críticas por parte dos senadores presentes na CPI, que consideraram a postura da empresa como omissa e demonstrando falta de compromisso com o tema.

Apesar das lacunas nas respostas, tanto o senador Rodrigo Cunha quanto o relator, Rogério Carvalho, ressaltaram que foi a primeira vez que um representante da Braskem admitiu a culpa da mineradora pelos danos em Maceió. Para dar continuidade aos questionamentos técnicos, requerimentos foram aprovados para a convocação do vice-presidente de Operações da Braskem, Marcelo Cerqueira.

Arantes também mencionou os esforços da empresa na realocação das pessoas afetadas, indicando que 40 mil moradores foram realocados e destacando as compensações e acordos estabelecidos com autoridades. O depoimento foi sugerido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA) e teve como objetivo esclarecer a atuação da Braskem no caso do afundamento do solo em Maceió.

A CPI da Braskem, criada por requerimento do senador Renan Calheiros (MDB-AL), tem prazo inicial de funcionamento até o dia 22 de maio, podendo ser prorrogado. O colegiado conta com 11 membros titulares e 7 suplentes e visa investigar os efeitos da responsabilidade jurídica e socioambiental da mineradora.

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