Essa foi a primeira vez que um representante da Braskem reconheceu publicamente a responsabilidade da empresa no desastre que afetou milhares de famílias em Maceió. O relator da CPI, senador Rogério Carvalho, enfatizou a importância desse reconhecimento e ressaltou que o depoimento de Arantes foi significativo.
Durante a audiência, o diretor global de pessoas, comunicação, marketing e relações com a imprensa da Braskem evitou responder a várias perguntas técnicas feitas pelos parlamentares, alegando falta de conhecimento na área específica. O relator apontou que a empresa não possuía geólogos contratados nem equipamentos adequados para monitorar a estabilidade das minas de sal-gema em Maceió, o que contribuiu para o desastre.
A falta de respostas de Arantes irritou o presidente da CPI, senador Omar Aziz, que questionou a capacidade do diretor de responder às questões sobre os investimentos na região afetada. Um requerimento foi aprovado para convocar o vice-presidente da companhia, Marcelo Cerqueira, para prestar esclarecimentos à Comissão.
Outro ponto de controvérsia discutido na sessão foi a maneira como a Braskem firmou acordos com as vítimas do desastre, com denúncias de que as famílias foram pressionadas a vender seus imóveis pela mineradora. Os representantes das vítimas argumentaram que os acordos firmados não respeitaram seus direitos constitucionais e pediram uma revisão das compensações.
No entanto, Arantes defendeu a postura da empresa, alegando que os acordos foram voluntários e que as famílias tiveram assistência jurídica durante o processo. Ele enfatizou que grande parte das famílias afetadas já recebeu as indenizações acordadas, totalizando um investimento significativo por parte da Braskem para reparação dos danos causados.
A audiência da CPI revelou a complexidade e os desafios enfrentados pelas autoridades e pela empresa na busca por soluções para os danos causados em Maceió. A convocação do vice-presidente da Braskem sugere que o aprofundamento das investigações continuará nas próximas sessões da Comissão.