Câmara dos Deputados mantém prisão de Chiquinho Brazão por envolvimento no caso Marielle Franco

A Câmara dos Deputados teve uma decisão contundente nesta quarta-feira (10) ao aprovar o parecer que determina a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, representante do estado do Rio de Janeiro e sem partido. Com 277 votos a favor, 129 contra e 28 abstenções, a maioria absoluta dos membros da Casa decidiu pela continuidade da prisão do parlamentar.

Chiquinho Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e de seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018, no Rio de Janeiro. O deputado foi preso sob acusação de obstrução de Justiça por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em março deste ano.

A decisão da Câmara dos Deputados vai ao encontro do posicionamento da Primeira Turma do STF, que por unanimidade determinou a prisão não só de Brazão, mas também do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e do delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, todos investigados no caso do assassinato de Marielle e Anderson.

De acordo com a Constituição Federal, quando um parlamentar federal é preso, a respectiva Casa Legislativa deve ser comunicada para se manifestar sobre a manutenção ou revogação da ordem de prisão. Atualmente, Chiquinho Brazão está detido no presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados também aprovou o parecer que defende a manutenção da prisão do deputado por 39 votos a 25. Paralelamente, o Conselho de Ética da Casa abriu um processo que poderá resultar na cassação do mandato de Chiquinho Brazão.

Ao final da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira, informou que a decisão será comunicada ao Supremo Tribunal Federal. O advogado de defesa do deputado alegou que a prisão ocorreu sem flagrante delito, em desacordo com a Constituição, e questionou a competência do STF para julgar o caso, já que os fatos ocorreram antes de Brazão se tornar deputado federal.

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