Entidades denunciam redução de disciplinas de filosofia e sociologia na educação básica e criticam proposta de reforma do ensino médio.

Na última quinta-feira (11), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados foi palco de um debate acalorado sobre a redução na oferta das disciplinas de filosofia e sociologia na educação básica, decorrente da Reforma do Ensino Médio implementada em 2017. Diversas entidades ligadas a professores e estudantes se reuniram para denunciar essa diminuição e também criticar pontos da nova proposta de reforma, o PL 5230/23, que foi aprovado pela Câmara e está em análise no Senado.

Os debatedores foram unânimes em ressaltar a importância dessas disciplinas para a formação cidadã dos alunos. Rafaela Reis de Oliveira, dirigente da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS), destacou que os conteúdos de filosofia e sociologia são cobrados em avaliações importantes, como o Enem.

Segundo ela, a presença dessas disciplinas está sendo reduzida em vários estados, como Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. Além disso, Luiza Martins, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), relatou a dificuldade dos alunos das escolas públicas em acessar os conteúdos de filosofia e sociologia.

A presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil (Aproffib), Neuza Peres, reivindicou o ensino da disciplina ao longo de toda a vida escolar dos estudantes, enfatizando a importância da filosofia para o pensamento crítico e reflexivo.

A deputada Professora Luciene Cavalcante (Psol-SP), que organizou a audiência, anunciou a articulação de uma “Carta ao Senado” para influenciar a votação da reforma do ensino médio. Ela também planeja criar uma Frente Parlamentar em Defesa de Filosofia e Sociologia na Educação Básica.

O coordenador nacional de estratégia da educação básica do Ministério da Educação, Christy Gomes Pato, ressaltou os esforços do MEC para reconstruir conteúdos curriculares enfraquecidos em governos anteriores. Ele destacou que o novo Plano Nacional do Livro Didático prevê obras com conteúdo das duas disciplinas e que o PL 5230/23 reconhece a importância de filosofia e sociologia.

Durante a audiência, também foi defendida a realização de concursos públicos para professores de filosofia e sociologia, a fim de preencher vagas ociosas e combater a precarização do ensino. A questão da formação cidadã dos jovens e a importância do pensamento crítico foram pontos centrais do debate que promete ter desdobramentos importantes na educação do país.

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