Os debatedores foram unânimes em ressaltar a importância dessas disciplinas para a formação cidadã dos alunos. Rafaela Reis de Oliveira, dirigente da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS), destacou que os conteúdos de filosofia e sociologia são cobrados em avaliações importantes, como o Enem.
Segundo ela, a presença dessas disciplinas está sendo reduzida em vários estados, como Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. Além disso, Luiza Martins, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), relatou a dificuldade dos alunos das escolas públicas em acessar os conteúdos de filosofia e sociologia.
A presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil (Aproffib), Neuza Peres, reivindicou o ensino da disciplina ao longo de toda a vida escolar dos estudantes, enfatizando a importância da filosofia para o pensamento crítico e reflexivo.
A deputada Professora Luciene Cavalcante (Psol-SP), que organizou a audiência, anunciou a articulação de uma “Carta ao Senado” para influenciar a votação da reforma do ensino médio. Ela também planeja criar uma Frente Parlamentar em Defesa de Filosofia e Sociologia na Educação Básica.
O coordenador nacional de estratégia da educação básica do Ministério da Educação, Christy Gomes Pato, ressaltou os esforços do MEC para reconstruir conteúdos curriculares enfraquecidos em governos anteriores. Ele destacou que o novo Plano Nacional do Livro Didático prevê obras com conteúdo das duas disciplinas e que o PL 5230/23 reconhece a importância de filosofia e sociologia.
Durante a audiência, também foi defendida a realização de concursos públicos para professores de filosofia e sociologia, a fim de preencher vagas ociosas e combater a precarização do ensino. A questão da formação cidadã dos jovens e a importância do pensamento crítico foram pontos centrais do debate que promete ter desdobramentos importantes na educação do país.