STF forma maioria para ampliar foro privilegiado, mesmo após saída do cargo: Barroso vota a favor da prerrogativa em casos de crimes cometidos em função.

O Supremo Tribunal Federal (STF) teve uma sessão decisiva nesta sexta-feira (11) ao formar maioria de votos favoráveis à ampliação do alcance do foro privilegiado. O presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, apresentou seu voto a favor da manutenção da prerrogativa de foro em casos de crimes cometidos no exercício do cargo e em decorrência dele, mesmo após o término da função. A decisão, no entanto, foi interrompida devido a um pedido de vista feito pelo ministro André Mendonça.

Barroso concordou com o relator, ministro Gilmar Mendes, ao destacar que transferir o caso para outra instância ao término do mandato acarreta prejuízos ao desfecho das investigações. Ele ressaltou que essa mudança constante prejudica a eficácia das investigações e a credibilidade do sistema penal, além de abrir espaço para possíveis manipulações por parte dos réus.

A maioria dos ministros, incluindo Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, também votaram a favor da ampliação do alcance do foro privilegiado. Barroso pediu vista para analisar melhor os autos, o que levou à retomada do julgamento nesta sexta-feira.

Mesmo com o novo pedido de vista de André Mendonça, os ministros têm até o dia 19 de abril para concluir a votação, caso desejem. A proposta de ampliação do foro especial foi feita por Gilmar Mendes em resposta a um habeas corpus solicitado pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), acusado de envolvimento em um esquema de rachadinha em seu gabinete.

A competência para processar e julgar a ação penal foi reconhecida pelo ministro Gilmar Mendes, ressaltando que as condutas imputadas ao senador foram realizadas durante o exercício do mandato e em decorrência de suas funções. O caso, que teve início em 2013 quando Marinho era deputado federal, passou por diferentes instâncias conforme o político mudava de cargo, e agora aguarda a decisão final do STF.

O senador defende que o caso permaneça no Supremo devido à sua atual posição no Congresso Nacional, o que lhe garante o foro privilegiado. A discussão sobre o alcance do foro privilegiado continua em pauta e aguarda a conclusão dos votos dos ministros do STF.

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