40 anos do comício das Diretas Já: a maior manifestação pela democracia no Brasil com 1,5 milhão de pessoas no Vale do Anhangabaú.

Há exatos 40 anos, um dos momentos mais marcantes da luta pela democratização do Brasil foi vivenciado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. O comício de encerramento das Diretas Já!, movimento cívico que clamava pelo retorno da eleições diretas para presidente da República, reuniu uma multidão de mais de 1,5 milhão de pessoas, tornando-se a maior manifestação pela democracia no país na época.

Essa grandiosa mobilização foi precedida por um outro evento emblemático, o primeiro comício unificado da campanha das Diretas Já!, realizado em novembro de 1983, em frente ao Estádio do Pacaembu. Na ocasião, mais de 70 entidades da sociedade civil se uniram para exigir a volta da democracia plena ao Brasil, dando início a uma jornada que se espalhou por todo o país nos meses seguintes.

Desde o golpe de 1964, que instaurou um regime militar no Brasil, a democracia havia sido suspensa, privando a população do direito fundamental de escolher seu próprio presidente de forma direta. Após 23 anos sem eleições diretas para o cargo mais alto do país, a campanha das Diretas Já! ganhou força em 1984, começando em Curitiba e se espalhando por diversas cidades brasileiras, como São Paulo, João Pessoa, Maceió, Belém, Rio de Janeiro, Cuiabá, Rio Branco e Manaus.

O ápice da mobilização aconteceu no comício da Candelária, no Rio de Janeiro, com mais de 1 milhão de pessoas presentes, consolidando-se como a maior manifestação de rua da história do Brasil até então. O desfecho dessa luta democrática se deu no Congresso Nacional, em Brasília, onde a emenda que propunha eleições diretas para presidente recebeu 298 votos a favor, 22 a menos do necessário para ser aprovada.

Apesar da derrota no parlamento, o movimento das Diretas Já! deixou um legado de resistência e mobilização social, que culminaria na redemocratização do Brasil em 1985, com a eleição indireta de Tancredo Neves e a promulgação da Constituição de 1988. A memória desse período de luta pela democracia nos ensina a importância da participação popular na construção de um país mais justo e igualitário.

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