Campos Neto ressaltou a importância do câmbio flutuante, afirmando que intervenções contra fatores estruturais podem criar distorções em outras variáveis macroeconômicas. Ele enfatizou que o câmbio flutuante desempenha um papel crucial como absorvedor de choques econômicos externos. O presidente do BC também apontou três cenários possíveis: prolongamento da incerteza, retorno à normalidade após algumas semanas e continuidade da turbulência externa que gere uma revisão das estimativas econômicas pelos mercados.
Durante a reunião do G20 em Washington, Campos Neto destacou a sensibilidade do mercado financeiro global em relação aos dados econômicos dos Estados Unidos e às declarações do Federal Reserve. A disparada do dólar nas últimas semanas foi atribuída ao aumento da demanda pelos juros dos títulos públicos norte-americanos, considerados investimentos seguros.
Apesar da situação econômica global, Campos Neto afirmou que o Brasil está em uma posição relativamente mais sólida devido às contas externas fortes e ao alto volume de dólares entrando no país por causa das exportações. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que a mudança na rota do Fed pegou o planeta de surpresa, adiando a previsão de queda dos juros na maior economia do mundo.
Quanto à Taxa Selic, Campos Neto mencionou que a decisão do Copom dependerá do nível de incerteza na economia global. A Selic está atualmente em 10,75% ao ano, após cortes consecutivos desde agosto do ano passado. A próxima reunião do Copom está marcada para maio, e os investidores especulam sobre a possibilidade de uma redução menor na taxa devido à recente valorização do dólar.
O mercado financeiro teve um dia estável, com o dólar comercial fechando em R$ 5,25 e a bolsa de valores de São Paulo com leve alta. A incerteza econômica internacional continua a impactar as decisões dos agentes econômicos, enquanto as autoridades brasileiras buscam lidar com os desafios e as variáveis em constante mudança.