Presidente Lula homologa duas terras indígenas na véspera do Dia dos Povos Indígenas, mas frustra expectativas de entidades.

Em uma semana marcada pelo Dia dos Povos Indígenas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente na reabertura do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e assinou a demarcação de mais duas terras indígenas. O evento ocorreu na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública, reunindo dezenas de representantes indígenas e entidades indigenistas, na última quinta-feira (18).

Inicialmente prevista para homologar quatro terras indígenas, a cerimônia acabou concentrando-se em duas demarcações: Aldeia Velha, localizada na Bahia, e Cacique Fontoura, em Mato Grosso. Presidente admitiu que a decisão provocou frustração em alguns presentes, mas ressaltou a complexidade dos problemas relacionados à ocupação não indígena em outras áreas.

Ao justificar a escolha de assinar apenas duas demarcações, Lula citou a presença de fazendeiros e não indígenas em alguns territórios, ressaltando a necessidade de encontrar soluções pacíficas para garantir a entrada dos povos originários. O presidente revelou ter considerado os pedidos de governadores para mais tempo antes de efetivar as demarcações, visando evitar conflitos e preservar a segurança de todos os envolvidos.

A cautela demonstrada por Lula durante o evento foi comparada à situação envolvendo a tese do marco temporal, que foi vetada pelo presidente e posteriormente derrubada pelo Congresso Nacional. O embate judicial em torno desse tema culminou em diversas controvérsias e desafios que o governo atual procura evitar ao lidar com novas demarcações.

Com a homologação das duas novas áreas, o governo Lula totaliza 10 terras indígenas demarcadas desde o início de seu terceiro mandato. Esse avanço representa uma importante conquista para os povos originários, que lutam historicamente por seus direitos e pela preservação de seus territórios.

Durante o evento, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou a diversidade cultural e a importância da garantia dos direitos originários das comunidades indígenas, assegurados pela Constituição Federal de 1988. Ainda, entidades indígenas expressaram decepção com a não homologação das demais áreas previstas, ressaltando a importância da vigilância e atuação contínua na defesa dos territórios indígenas.

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