Ministro Gilmar Mendes determina processo de conciliação nas ações sobre marco temporal para demarcação de terras indígenas no STF.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), surpreendeu nesta segunda-feira (22) ao determinar a instauração de um processo de conciliação para resolver as questões envolvendo o marco temporal para demarcação de terras indígenas. A decisão de Mendes suspende as ações que tratam do assunto até que haja uma decisão final da Corte, dando às partes envolvidas um prazo de 30 dias para apresentarem propostas de conciliação.

Como relator das ações protocoladas pelo PL, PP e Republicanos a respeito da validade do projeto de lei que reconheceu o marco temporal, Mendes entendeu a necessidade de buscar uma solução negociada para o impasse. A tese do marco temporal estabelece que os indígenas teriam direito apenas às terras que estavam em sua posse até o dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

A controvérsia em torno do marco temporal tem gerado debates acalorados tanto no Congresso Nacional quanto no Supremo Tribunal Federal. Em dezembro do ano passado, o Congresso derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que validou o marco, enquanto em setembro a decisão da Corte foi contra essa mesma tese. A equipe jurídica do Palácio do Planalto usou esse argumento para justificar o veto presidencial.

Na sua decisão, Gilmar Mendes ressaltou a importância de buscar a conciliação como forma de resolver os conflitos em questão. Ele argumentou que métodos tradicionais não seriam capazes de encerrar as disputas político-jurídicas, defendendo um enfoque colaborativo na busca por soluções.

Assim, a decisão do ministro abre caminho para um diálogo mais construtivo e colaborativo entre as partes envolvidas, visando superar os impasses institucionais e jurídicos relacionados à Lei 14.701/2023. Neste sentido, a conciliação pode representar um passo importante na busca por uma solução justa e equilibrada para esta complexa questão que envolve os direitos indígenas.

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