Despesas obrigatórias do governo podem atingir 93,3% do total em 2028, apontam consultores em nota técnica conjunta.

As despesas de caráter obrigatório do governo federal estão em evidência, representando cerca de 90% da despesa total atual e com projeção de aumento para 93,3% até 2028. Consultores de Orçamento da Câmara e do Senado ressaltam esses dados em uma nota técnica conjunta sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 (PLN 3/24).

Para o ano de 2025, o governo estima que as despesas primárias totalizem R$ 2,348 trilhões. No entanto, apenas R$ 231,2 bilhões seriam discricionárias, ou seja, de execução não obrigatória. Dentre as despesas obrigatórias, a maior parcela dos recursos destina-se ao custeio de pagamentos de benefícios previdenciários, despesas de pessoal, saúde e educação.

O novo regime fiscal, estabelecido pela Lei Complementar 200/23, estabelece que caso a despesa obrigatória ultrapasse 95% do total, medidas restritivas previstas na Constituição, como a proibição de novos benefícios fiscais e contratação de pessoal, devem ser aplicadas.

No que diz respeito aos déficits previdenciários, o projeto da LDO de 2025 aponta valores significativos para diferentes regimes, como R$ 271,8 bilhões para o Regime Geral da Previdência Social, R$ 94,3 bilhões para o Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos federais e R$ 19,2 bilhões para as pensões militares.

Outro destaque da nota dos consultores é a ausência da previsão do caráter impositivo das emendas parlamentares de comissões da Câmara e do Senado ao Orçamento de 2025. Tal medida havia sido introduzida pela LDO de 2024, estabelecendo o valor das emendas em pelo menos 0,9% da receita líquida do ano anterior.

No que se refere às transferências para o setor privado, o projeto contempla ações voltadas para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, permitindo subvenções sociais para entidades que atuem no desenvolvimento de diversos produtos e serviços essenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, há liberação de transferências para investimentos no setor.

Esses dados refletem a complexa situação das despesas públicas e previdenciárias no Brasil, evidenciando a necessidade de medidas de controle e planejamento financeiro para garantir a sustentabilidade do sistema no longo prazo.

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