Ministro antecipa detalhes do primeiro Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil em audiência na Câmara dos Deputados.

Na tarde de ontem, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, esteve na Câmara dos Deputados acompanhado de sua equipe técnica para apresentar alguns pontos do primeiro Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil. Esse plano, que será oficialmente lançado no mês de junho, teve suas bases fundamentadas na Lei 12.608/12 e contou com a colaboração de universidades, técnicos de defesa civil e consulta pública.

Durante a audiência na Comissão Especial de Prevenção a Desastres Naturais, Góes destacou os cinco eixos principais do plano nacional: prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação. Segundo o ministro, a intenção é preparar o país para lidar com eventos extremos que, infelizmente, tendem a aumentar. Ele ressaltou a importância de criar resiliência e reduzir as condições de risco em que a população vive, uma vez que não existe uma cultura de contingência efetiva no Brasil.

O plano nacional possui nove diretrizes, com destaque para a atuação interfederativa, intersetorial, transversal e articulada, além do aperfeiçoamento da gestão financeira e orçamentária. A coordenadora do projeto, Adriana Leiras, alertou sobre a necessidade de garantir a efetiva aplicação das ações nos estados e municípios, visando alinhar os planos locais às propostas do plano nacional.

O documento conta com 23 objetivos, cada um com metas e indicadores específicos. Dentre as 11 ameaças mais comuns no país, destacam-se inundações, granizo, vendavais, seca, entre outras. A avaliação dessas ameaças será realizada através de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, do Indicador de Capacidade Municipal e do Índice de Risco Qualitativo.

Além das bases nacionais, o plano se baseia em acordos internacionais, como a Convenção da ONU sobre Mudança do Clima e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. A preocupação com a disseminação de informações corretas e o combate às fake news também foi abordada durante a apresentação do plano, assim como a necessidade de capacitação da população para lidar com situações de risco.

Ao final da apresentação, o secretário nacional de Defesa Civil, Wolnei Wolf, informou que mais de 3 mil municípios decretaram situação de emergência ou calamidade pública no ano passado, e que 1.740 decretos ainda estão em vigor. O ministro Waldez Góes também destacou a necessidade de reestruturação de órgãos e mais recursos para a implementação efetiva do plano nacional de defesa civil, que exige engajamento do poder público e da sociedade.

Por fim, o deputado Gilson Daniel, relator da comissão especial da Câmara, assegurou que futuros ajustes na legislação serão feitos em conformidade com o Plano Nacional de Defesa Civil, incluindo a criação da carreira da defesa civil para estimular o preenchimento de vagas nos órgãos públicos. O Brasil, portanto, caminha em direção a uma cultura de redução do risco de desastres, reforçando a importância da prevenção e da preparação para lidar com eventos extremos.

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