Projeto de Lei propõe criminalização de jogos eletrônicos que incitam preconceito e violência contra grupos vulneráveis.

A Câmara dos Deputados está em análise de um Projeto de Lei que pode impactar profundamente o mercado de jogos eletrônicos no Brasil. O PL 1004/24, de autoria do deputado Jonas Donizette (PSB-SP), propõe classificar como crime a fabricação, importação, distribuição, armazenamento, comercialização ou desenvolvimento de jogos eletrônicos que incitem o preconceito de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional, bem como a violência contra crianças, adolescentes, mulheres, idosos ou pessoas com deficiência.

Segundo o deputado Donizette, os jogos eletrônicos têm um poder único de engajar e influenciar os usuários de forma profunda, através da imersão em mundos virtuais onde as consequências das ações muitas vezes não refletem a gravidade da realidade. Ele argumenta que, quando esses jogos promovem discriminação, preconceito ou incitam a violência contra grupos vulneráveis, eles reforçam estereótipos negativos e normalizam comportamentos destrutivos.

A proposta prevê uma pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa, para os responsáveis por desenvolver ou comercializar jogos eletrônicos que se enquadrem nas práticas consideradas criminosas pelo projeto de lei. O PL já está em tramitação na Câmara dos Deputados e será analisado pelas comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ir a votação no Plenário.

Nesse contexto, a indústria de jogos eletrônicos no Brasil está atenta e acompanhando de perto os desdobramentos dessa proposta de lei, que poderá ter um impacto significativo no mercado e nas práticas dos desenvolvedores de jogos. A comunidade gamer também está dividida, com algumas vozes defendendo a regulação para evitar excessos e outras preocupadas com a possibilidade de censura e limitação da liberdade criativa nesse setor.

Diante da complexidade do tema e da relevância do mercado de jogos eletrônicos, a discussão sobre o PL 1004/24 promete ser acalorada e controversa nas próximas etapas de sua tramitação no Congresso Nacional.

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