Pietro Mendes, que também ocupa a posição de secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), é uma figura de confiança do ministro Alexandre Silveira. Sua reeleição foi precedida por um breve afastamento do Conselho de Administração no início do mês, devido a uma decisão judicial atendendo a uma ação popular movida pelo deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP). A nomeação do secretário foi questionada por supostamente violar as regras estabelecidas na Lei das Estatais, mas a Advocacia-Geral da União conseguiu reverter a decisão.
Além de Pietro Mendes, a assembleia geral manteve outros quatro integrantes indicados pelo governo no Conselho de Administração da Petrobras: o atual presidente da companhia, Jean Paul Prates, o secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti, o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Vitor Saback, e o advogado Renato Gallupo. Também foi eleito Rafael Dubeux, secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, como nova adição ao conselho.
Os acionistas minoritários reelegeram o investidor Juca Abdalla e os advogados Marcelo Gasparino e Francisco Petros, enquanto Jerônimo Antunes foi escolhido pelos detentores de ações preferenciais para substituir Marcelo Mesquita, que não podia mais concorrer devido ao limite de mandatos.
Antes da eleição, foi aprovada a distribuição de R$ 21,95 bilhões aos acionistas, referentes a 50% do valor dos dividendos extraordinários. Em março, a retenção de 100% dos dividendos foi anunciada pelo Conselho de Administração, causando uma queda nas ações da Petrobras e gerando discussões políticas. No entanto, o conselho decidiu liberar 50% dos dividendos após reavaliar a situação.
O Conselho de Administração da Petrobras é o órgão colegiado responsável pela tomada de decisões estratégicas da empresa e é composto por 11 membros, com mandatos de dois anos e possibilidade de até duas reeleições por conselheiro. A composição majoritária do conselho é mantida pelo governo, que indica seis dos 11 conselheiros. A eleição dos membros do conselho é disputada tanto por investidores privados como pelo governo, que representa a União, acionista controlador da Petrobras.
