Senado deve analisar projeto de recriação do seguro obrigatório para vítimas de acidentes de trânsito em reunião da CCJ.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado se prepara para analisar, nesta terça-feira (30), um projeto de lei complementar que propõe a recriação do Seguro Obrigatório Para Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT). O PLP 233/2023 tem o intuito de reformular e restabelecer a cobrança anual obrigatória dos proprietários de veículos, conhecida como DPVAT, que foi extinta em 2021. O relator do projeto e líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), apresentou um relatório favorável e a reunião para discussão está agendada para as 9h30.

Inicialmente prevista para ser debatida no colegiado no dia 24, a análise do projeto foi adiada devido à retirada do requerimento de urgência, após manifestações contrárias de senadores da oposição. O texto proposto garante indenizações por morte e invalidez permanente, total ou parcial, além de reembolso de despesas com assistências médicas, serviços funerários e reabilitação profissional de vítimas com invalidez parcial. A operação do seguro será realizada pela Caixa Econômica Federal, através de um novo fundo.

O projeto também prevê que o governo federal possa aumentar os gastos previstos no Orçamento por meio de créditos suplementares, sem a necessidade de aprovação do Congresso Nacional. O valor estimado é de R$ 15 bilhões, conforme declarou o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) em uma entrevista à TV Senado. Para viabilizar essa medida, o projeto modifica a regra do Novo Arcabouço Fiscal, estabelecido pela Lei Complementar 200, de 2023.

Os créditos suplementares estão condicionados ao aumento do crescimento da receita previsto para o período em comparação com a receita arrecadada em 2023, seguindo os limites de gastos estabelecidos na legislação. Essa possibilidade de aumento de gastos estava prevista apenas para o final de maio, aguardando a divulgação da segunda avaliação bimestral de receitas e despesas realizada pelo Tesouro Nacional. O mecanismo tem como fonte o incremento na arrecadação e é válido somente para o ano de 2024.

Portanto, a discussão sobre o projeto na CCJ promete ser intensa, com diversos aspectos a serem considerados antes da possível aprovação e implementação do SPVAT reformulado. A expectativa é de um debate acalorado entre os senadores, com diferentes opiniões e argumentos a serem apresentados durante a reunião.

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