Empregada doméstica abandona profissão por desvalorização e exploração e encontra novo trabalho como estoquista em Brasília.

A história da ex-empregada doméstica Marinete Silva, de 43 anos, que agora atua como estoquista em uma loja em Brasília, revela as dificuldades e desafios enfrentados por muitas pessoas que trabalham nesse setor. Marinete tomou a decisão de deixar o antigo emprego por se sentir desvalorizada e explorada, após ter que realizar tarefas não previstas e não receber os direitos trabalhistas adequados. Ela relata que sua jornada de trabalho era extenuante, sem adicional noturno e sem conhecimento de todos os seus direitos.

Essa realidade levou o Ministério do Trabalho e Emprego a criar a Coordenação Nacional de Fiscalização do Trabalho Doméstico e de Cuidados (Conadom), com o objetivo de fiscalizar e garantir o cumprimento dos direitos desses trabalhadores. Uma cartilha foi desenvolvida para informar e conscientizar os profissionais sobre seus direitos, visto que mais de 90% deles são mulheres.

A cartilha aborda questões importantes, como a denúncia de trabalho em condições análogas à escravidão, que podem ocorrer quando a profissional é obrigada a residir no local de trabalho e a cumprir longas jornadas sem descanso adequado. O Ministério identificou 43 casos desse tipo de exploração, sendo o trabalho doméstico o mais afetado.

A legislação de 2015 garante diversos direitos aos trabalhadores domésticos, como registro do contrato de trabalho, salário mínimo nacional, controle de jornada, descanso remunerado, férias, entre outros benefícios. O governo pretende lançar uma campanha de conscientização sobre a importância da fiscalização regular no trabalho doméstico, como medida de prevenção ao trabalho escravo.

A história de Marinete Silva serve como exemplo das condições precárias enfrentadas por muitos trabalhadores domésticos, reforçando a importância de garantir e fiscalizar o cumprimento dos direitos trabalhistas nessa área. É fundamental que esses profissionais sejam valorizados e tenham seus direitos assegurados para uma vida digna e justa.

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