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Greves dos trabalhadores brasileiros em 2023: aumento de 6,08% em relação a 2022, mostra estudo do Dieese

Em 2023, os trabalhadores brasileiros demonstraram uma mobilização intensa, deflagrando pelo menos 1.132 greves ao longo do ano, o que representou um aumento de 6,08% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e trazem informações importantes sobre as greves no país.

Um dos principais destaques do estudo foi que a maioria das greves ocorreu na esfera pública do trabalho, com reivindicações que variavam desde reajustes salariais até questões de condições de trabalho, saúde e segurança. Mesmo com as privatizações em andamento no país, os trabalhadores não se viram impedidos de mobilizar-se em busca de seus direitos.

Os dados gerais revelam que as 1.132 greves resultaram em um total de 42 mil horas paradas, sendo 55,5% delas na esfera pública e 43,1% na esfera privada. A maioria das greves durou apenas um dia, mas houve casos que se estenderam por mais de 10 dias, evidenciando a persistência dos trabalhadores em suas reivindicações.

Quanto às categorias de reivindicações, as greves foram classificadas como propositivas, defensivas, em protesto e em solidariedade. O reajuste salarial se destacou como a principal demanda dos trabalhadores, seguido por questões como cumprimento do piso salarial, pagamento de salários em atraso, condições de trabalho e melhoria dos serviços públicos.

No que diz respeito aos resultados das greves, a imprensa registrou que em 67% dos casos houve algum tipo de êxito nas reivindicações, seja de forma integral ou parcial. A negociação entre as partes envolvidas foi uma constante, sendo necessário, em alguns casos, a intervenção do poder Judiciário para solucionar os conflitos.

Analisando o panorama setorial, observou-se que as greves na esfera privada predominaram no início e no fim do ano, com destaque para as reivindicações relacionadas ao atraso no pagamento dos salários. Já as greves na esfera pública, especialmente dos professores em busca do cumprimento do piso salarial nacional, ganharam força em março.

Mesmo diante das mudanças na legislação trabalhista e das privatizações em curso, as mobilizações dos trabalhadores continuaram a ocorrer. O Dieese apontou que mais da metade das greves no setor privado em 2023 envolveu trabalhadores terceirizados, destacando os desafios enfrentados por esses profissionais em meio a jornadas excessivas e rebaixamento salarial.

Em suma, as greves de 2023 foram marcadas pela determinação dos trabalhadores em defender seus direitos e buscar melhores condições de trabalho, mesmo em um cenário de privatizações e precarização das relações laborais. A atuação conjunta dos sindicatos e a capacidade de diálogo entre as partes foram essenciais para a resolução dos conflitos e a conquista de avanços nas reivindicações dos trabalhadores brasileiros.

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