Mineradoras têm proposta de reparação recusada pela União e governo capixaba em acordo sobre rompimento da barragem Samarco

A proposta apresentada pela Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton, referente ao novo acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em 2015, foi recusada pela União e pelo governo do Espírito Santo. As mineradoras recentemente ofereceram destinar mais de R$ 90 bilhões para as medidas reparatórias, porém, a proposta foi considerada um retrocesso em relação ao que havia sido debatido anteriormente.

Em uma nota conjunta divulgada, destacou-se que os recursos financeiros propostos ainda estão bem abaixo do necessário para que a reparação seja efetiva. Além disso, apontou-se que as mineradoras desconsideraram questões previamente acordadas e tentaram impor condições consideradas inadmissíveis. A nova proposta previa, por exemplo, uma retirada dos rejeitos depositados no Rio Doce inferior ao discutido, transferindo para o poder público a responsabilidade de recuperar áreas degradadas.

Enquanto o governo do Espírito Santo e a União se posicionaram contrariamente à proposta, o governo de Minas Gerais adotou uma abordagem distinta, avaliando que houve avanços na nova oferta. O governo mineiro manifestou interesse em negociar com base na proposta, mas solicitou ajustes às mineradoras, destacando a importância de uma reparação mais rápida para as pessoas e municípios afetados.

O rompimento da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais, em 2015, resultou em uma série de impactos sociais e ambientais de grande magnitude. Desde então, as negociações para uma repactuação do acordo de reparação dos danos se arrastam, com divergências significativas entre as partes envolvidas. As tratativas estão sendo conduzidas em uma mesa mediada por um desembargador federal, considerando a posição adotada pelos governos e pelas instituições de Justiça.

Diante de um cenário complexo e marcado por múltiplos processos judiciais, as mineradoras enfrentam pressão por parte dos atingidos e da sociedade civil para garantir uma reparação justa e integral. Enquanto a BHP Billiton afirma permanecer disposta a buscar soluções adequadas, o Movimento dos Atingidos por Barragem critica a postura das empresas e defende a necessidade de uma reparação socioambiental mais abrangente.

Com incertezas quanto ao desfecho das negociações e diante de cobranças por parte dos atingidos, as discussões seguem em meio a uma complexa teia de interesses e demandas. A busca por uma solução que contemple os diversos aspectos envolvidos no desastre de Mariana permanece como um desafio a ser superado, visando à efetiva reparação dos danos causados.

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