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CCJ aprova projeto de recompensa para informantes de crimes no mercado financeiro e tipifica fraude contábil como crime grave.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (29) um projeto que tem o objetivo de fortalecer o mercado de ações por meio do incentivo à denúncia de delitos no mercado financeiro, além de tipificar a fraude contábil como crime. O texto, de autoria do senador Sergio Moro (União-PR), recebeu voto favorável do relator, o senador Esperidião Amin (PP-SC), que apresentou um substitutivo com emendas e alterações aprovadas nas comissões anteriores.

Segundo Moro, a inspiração para o projeto veio da legislação norte-americana, que já adota medidas semelhantes. Ele destacou que a proposta visa criar um mecanismo antifraude para prevenir e facilitar a detecção de irregularidades no mercado de capitais. O projeto acrescenta na Lei 6.385, de 1976, a previsão de novos crimes relacionados ao mercado financeiro, como fraude contábil e manipulação de informações.

Entre as penas propostas pelo projeto, estão reclusão de até seis anos para quem cometer fraude contábil e até oito anos para quem destruir, ocultar ou falsificar documentos contábeis. Além disso, induzir investidores a erro através da divulgação de informações falsas também será considerado crime, passível de até seis anos de reclusão.

Uma das medidas mais inovadoras do projeto é a possibilidade de recompensa para informantes que fornecerem informações ou provas que resultem na apuração bem-sucedida de crimes no mercado de valores mobiliários. A recompensa pode variar entre 10% e 30% do montante das multas aplicadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e dos recursos recuperados.

Para dar segurança aos informantes, o projeto assegura o direito ao anonimato e proíbe retaliações por parte das empresas. A proposta também estabelece a isenção de responsabilidade para o informante em relação às informações prestadas.

Durante a votação, uma emenda proposta pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) foi acatada, garantindo novos recursos para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD) para o pagamento das recompensas aos denunciantes. Por outro lado, uma emenda sugerida por Izalci Lucas (PL-DF) foi rejeitada por ser considerada periférica ao foco do projeto.

O projeto ainda precisa passar por uma nova votação na CCJ em turno suplementar antes de ser encaminhado para análise da Câmara dos Deputados. Com medidas que visam coibir fraudes e incentivar a transparência no mercado financeiro, a proposta pretende contribuir para um ambiente mais seguro e confiável para investidores e demais agentes envolvidos.

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