Em uma entrevista concedida à Agência Brasil, a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, destacou que as mulheres jovens são as mais afetadas por obstáculos nesse cenário. De acordo com ela, questões como trabalho doméstico e sobrecarga no cuidado familiar contribuem para adiar a entrada dessas jovens no mercado de trabalho.
Para tentar combater esse quadro, o governo federal recentemente lançou o programa Pé-de-Meia, que visa oferecer incentivos financeiros para jovens de baixa renda permanecerem matriculados e concluírem o ensino médio. Esse programa prevê o pagamento de até R$ 9,2 mil ao longo dos três anos do ensino médio, além de incentivos adicionais para participação no Enem.
De acordo com o levantamento, 14 milhões de jovens brasileiros entre 14 e 24 anos estavam empregados no primeiro trimestre de 2024, sendo que 45% deles estavam na informalidade. Essa porcentagem é superior à média nacional, que atualmente é de 40%. Paula Montagner explicou que a informalidade está relacionada ao fato de que muitos jovens trabalham em micro e pequenas empresas, usualmente sem a formalização do contrato de trabalho.
O estudo também revelou um aumento no número de aprendizes e estagiários no país, o que indica uma tendência positiva no que diz respeito ao desenvolvimento profissional dos jovens. Para Rodrigo Dib, da superintendência institucional do CIEE, esses resultados destacam a urgência em proporcionar oportunidades de emprego aos jovens e incentivá-los no mercado de trabalho. A subsecretária Paula Montagner ressaltou a importância de elevar a escolaridade dos jovens e ampliar sua formação técnica e tecnológica para facilitar sua inserção no mercado de trabalho e desenvolvimento de carreira a longo prazo.