Segurança pública no Rio de Janeiro deve ser baseada em evidências, afirma diretora do Instituto Fogo Cruzado em estudo inédito.

A diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, ressaltou a importância de basear a segurança pública em evidências, não apenas no estado do Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. Maria Isabel destacou que, mesmo diante da gravidade da situação no Rio de Janeiro, é possível vislumbrar uma luz no fim do túnel ao se basear em evidências concretas.

A declaração foi dada durante a apresentação do estudo inédito “Grande Rio sob Disputa: Mapeamento dos Confrontos por Território”, realizado em parceria com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense. O levantamento analisou dados de tiroteios e operações entre 2017 e 2023, obtidos junto a diversas fontes, incluindo o Fogo Cruzado, o Disque Denúncia e o Instituto de Segurança Pública.

Uma das principais conclusões da pesquisa foi a presença de policiais em quase 50% dos confrontos mapeados, sendo que 60% dos bairros foram afetados por confrontos envolvendo agentes de segurança. Apesar da média de 17 confrontos por dia na região metropolitana do Rio de Janeiro, mais da metade dos bairros não registraram ocorrências, e os que foram afetados geralmente apresentaram eventos pontuais e de baixa intensidade.

Maria Isabel ressaltou a importância de uma política pública eficiente que leve em consideração essas evidências para aplicar medidas corretas nos locais adequados. A diretora alertou para a necessidade de evitar uma atuação indiscriminada da polícia, utilizando recursos de guerra em áreas de baixa intensidade, o que poderia agravar a situação e tornar a violência ainda mais presente.

Por fim, o estudo revelou padrões de concentração e distribuição dos confrontos, com uma maior intervenção policial em áreas dominadas pelo tráfico em comparação com as áreas controladas por milícias. O projeto, parte do Mapa Histórico dos Grupos Armados do Rio de Janeiro lançado em 2021, aponta para a complexidade da questão da segurança pública na região e a necessidade de políticas embasadas em dados e evidências concretas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo