Durante o seminário, o coordenador de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, destacou a importância de ouvir as pessoas afetadas por desastres climáticos, que são as mais indicadas para criar soluções e estratégias de permanência nos territórios afetados. Além disso, os participantes enfatizaram a necessidade de evitar que a prevenção de tragédias climáticas resulte em mais violência contra as populações vulneráveis, como pessoas negras, indígenas e quilombolas.
Igor Travassos ressaltou a importância da atuação do poder público para criar condições de permanência nas áreas de risco, citando a falta de acesso a saneamento, drenagem do solo e investimento em áreas mais pobres como formas de racismo ambiental. Thaynah Gutierrez, representante da Rede por Adaptação Antirracista, lamentou a falta de coordenação unificada do governo federal nas políticas de prevenção e reparação de danos causados por eventos climáticos extremos, o que dificulta a participação social.
O deputado Glauber Braga, presidente da Comissão de Legislação Participativa, compartilhou sua experiência pessoal durante a tragédia em Teresópolis em 2011, enfatizando que as consequências são mais impactantes para moradores das periferias. A representante da Coalizão Negra por Direitos, Gisele Brito, apresentou mapas que mostram a correlação entre áreas de risco ambiental e população negra, destacando a situação em cidades como São Sebastião e Magé, onde a população negra é a mais afetada.
O seminário continuará na próxima quinta-feira com a participação de representantes do governo federal. A iniciativa visa promover o diálogo e a construção de políticas públicas mais inclusivas e eficazes no combate às mudanças climáticas e na proteção das populações mais vulneráveis.