Investigação do Ministério Público de Goiás revela esquema de manipulação no futebol brasileiro, envolvendo apostas e punições a jogadores.

Na última terça-feira (11), integrantes do Ministério Público de Goiás (MP-GO) discutiram a importância da cooperação entre órgãos públicos e entidades esportivas para combater a manipulação de resultados no esporte. Eles prestaram depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE) sobre a Operação Penalidade Máxima, que investiga um grupo suspeito de oferecer dinheiro a jogadores de futebol para receberem punições em campo.

Os senadores Jorge Kajuru e Romário, presidente e relator da CPI, respectivamente, apresentaram requerimentos para ouvir o procurador-geral do MP goiano, Cyro Terra Peres, e o promotor Fernando Martins Cesconetto, responsável pela operação. Durante o depoimento, Cyro Peres destacou a importância da criação de uma plataforma nacional para reprimir a manipulação de resultados esportivos, assim como já existe em outros países.

A Operação Penalidade Máxima teve início em novembro de 2022, após uma denúncia do presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo, que relatou manipulação em jogos da equipe. Desde então, a investigação evoluiu e já resultou na denúncia de 32 pessoas, envolvidas em fraudes em partidas de futebol em diversos estados do país.

Além disso, a CPI aprovou requerimentos para ouvir os presidentes do Tombense Futebol Clube e Londrina Esporte Clube, citados em relatório da Sportradar sobre suspeitas de manipulação de resultados. O senador Eduardo Girão questionou sobre o envolvimento de casas de apostas nesses esquemas, e os depoentes afirmaram que as empresas são vítimas desse tipo de manipulação, sem fazer denúncias.

Outro ponto abordado na reunião foi a necessidade de regulamentação das apostas esportivas e investigação sobre o aumento no número de cartões em jogos do Brasileirão. A questão do racismo no futebol também foi levantada, com destaque para a condenação de torcedores na Espanha por injúrias racistas contra o jogador brasileiro Vinicius Júnior.

Diante de tantas questões levantadas na CPI, fica evidente a importância de ações conjuntas entre os órgãos públicos, entidades esportivas e empresas de apostas para coibir a manipulação de resultados no esporte e garantir a integridade das competições. A transparência e cooperação são fundamentais para combater esse tipo de crime e preservar a credibilidade do esporte.

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