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Brasil reconhece recorde de 77.193 refugiados em 2023, aponta Anuário Refúgio em Números divulgado pelo governo.

O governo brasileiro reconheceu um número recorde de 77.193 pessoas como refugiadas em 2023, representando um aumento significativo em comparação com o ano anterior. Essa marca histórica foi alcançada até o final de 2023, totalizando 143.033 pessoas reconhecidas como refugiadas em solo brasileiro.

Os dados foram divulgados na 9ª edição do Anuário Refúgio em Números, elaborado pela equipe do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) com base em informações oficiais do governo federal. O relatório foi apresentado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em um evento realizado em Brasília.

A maioria esmagadora das solicitações de refúgio veio de cidadãos venezuelanos, totalizando 112.644 pedidos, o que corresponde a 81,4% do total de solicitações analisadas. Além dos venezuelanos, houve também solicitações significativas de refúgio de haitianos, cubanos, angolanos e bengalis, indicando uma diversidade de nacionalidades em busca de proteção no Brasil.

O aumento no número de solicitações de refúgio examinadas pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) em 2023 foi de 138.359, representando um aumento de 235% em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete a resposta do Brasil diante da crescente demanda por proteção internacional.

O representante da Acnur no Brasil, Davide Torzilli, elogiou as medidas adotadas pelo país em 2023 para agilizar o processo de análise de pedidos de refúgio, resultando em decisões mais rápidas e eficientes. Torzilli destacou o papel do Brasil no Fórum Global sobre Refugiados e sua dedicação à proteção dos direitos humanos.

A embaixadora Gilda Motta, do Ministério das Relações Exteriores, ressaltou o compromisso do Brasil em acolher refugiados de diversas nacionalidades, concedendo vistos humanitários e implementando operações de apoio, como a Operação Acolhida para venezuelanos. Motta enfatizou a importância da solidariedade internacional diante do aumento do deslocamento forçado em todo o mundo.

O relatório global da Acnur revelou um aumento no número total de pessoas deslocadas, atingindo a marca de 120 milhões de deslocados forçados. Crises em países como Síria, Sudão, Mianmar e República Democrática do Congo continuam a impulsionar o deslocamento em larga escala, destacando a urgência de soluções para esses conflitos.

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