Segundo Lula, durante uma entrevista à rádio Mirante News FM em São Luís, o acordo envolve a Força Aérea Brasileira e a Advocacia-Geral da União, buscando contemplar todas as partes envolvidas. A intenção é trazer paz para a região, permitindo que as comunidades quilombolas possam pescar no mar sem interferir nas operações de lançamento de foguetes, e vice-versa.
O Centro Espacial de Alcântara foi construído em 1982 pela Força Aérea Brasileira e gerou o deslocamento de 312 famílias quilombolas de 32 povoados. Desde então, essas comunidades têm denunciado constantes ameaças de expulsão para a expansão da base. Em 2004, o território foi certificado pela Fundação Palmares e, em 2008, o Incra identificou e delimitou a área.
No ano passado, o governo brasileiro reconheceu as violações de direitos das comunidades quilombolas durante a construção da base e pediu desculpas oficialmente. Além disso, foi instituído um grupo de trabalho interministerial para buscar soluções para o impasse.
A visita de Lula a São Luís também incluiu uma série de lançamentos ligados ao programa Luz para Todos, a renovação da concessão do Porto de Itaqui e a ampliação da Avenida Litorânea. Antes disso, no Piauí, o ex-presidente participou do encerramento da 10ª Caravana Federativa, onde anunciou investimentos em diversas áreas.
Com a aproximação de um acordo para resolver o conflito em Alcântara, espera-se que as comunidades quilombolas e a FAB possam encontrar um equilíbrio que beneficie ambas as partes e promova a paz na região.
