STF discute acesso de pessoas transexuais ao SUS em julgamento histórico que pode garantir direito à saúde igualitária

O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a discutir, nesta sexta-feira (21), a questão do atendimento de pessoas transexuais no Sistema Único de Saúde (SUS). A discussão se deu no plenário virtual da Corte e teve início com a análise da liminar concedida em 2021 pelo ministro Gilmar Mendes. A liminar determinava que consultas e exames de todas as especialidades nos hospitais públicos fossem realizados independente do registro oficial do sexo biológico.

A ação foi movida pelo PT durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que pessoas trans enfrentam dificuldades para acessar os serviços de saúde após realizarem alterações em seus registros civis. O partido argumentou que homens transexuais, por exemplo, que mantêm órgãos reprodutores femininos, encontram dificuldades para agendar consultas ginecológicas. Da mesma forma, mulheres transexuais têm sido impedidas de consultar urologistas e proctologistas.

O PT argumentou que tais restrições violam princípios constitucionais, incluindo o direito à saúde e a dignidade da pessoa humana. Em seu voto, Gilmar Mendes reiterou a importância de garantir o atendimento de acordo com as necessidades de cada cidadão, enfatizando que a questão em análise é uma questão de saúde pública e não de ativismo ou questões culturais.

O julgamento virtual do caso teve início nesta madrugada e está previsto para se estender até o dia 28 de junho. Durante as discussões, ressaltou-se a importância de garantir o acesso pleno e irrestrito às políticas de saúde para a população LGBTQIA+, em consonância com os direitos de igualdade e dignidade. A decisão final do STF sobre a matéria será aguardada com expectativa pela sociedade e pela comunidade trans.

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