Lafaiete explicou que muitos autistas tendem a desaparecer repentinamente, em um comportamento conhecido como eloping. Com os carrinhos adaptados, as mães teriam mais tranquilidade para realizar suas compras, sem medo de perder seus filhos de vista. Além disso, ressaltou que essa medida não beneficiaria apenas os autistas, mas toda a comunidade de pessoas com deficiência, como as mães de crianças com paralisia cerebral.
O deputado Glaustin da Fokus, responsável pelo requerimento da audiência pública, enfatizou que, de acordo com estudos atuais, uma em cada 33 crianças é diagnosticada com autismo. Para ele, oferecer acessibilidade é mais do que uma obrigação legal, é uma questão de responsabilidade social. Por isso, a proposição do projeto de lei (PL 2982/22) que torna obrigatória a presença de carrinhos adaptados nos supermercados é um passo fundamental para a inclusão.
No entanto, houve divergências de opinião durante o debate. Enquanto Maurício Ungari, vice-presidente Jurídico da Associação Brasileira de supermercados, considerou o percentual de 5% de carrinhos adaptados exigido pelo projeto muito elevado, a deputada Erika Kokay (PT-DF) defendeu a necessidade de sanções para os estabelecimentos que não cumprirem a lei, a fim de garantir sua efetividade.
Portanto, a oferta de carrinhos de compras adaptados para pessoas com autismo se mostra não apenas como uma medida de acessibilidade, mas também como um marco de compromisso com a inclusão e responsabilidade social. A tramitação do projeto de lei continua em andamento para que assegure a presença desses carrinhos nos estabelecimentos comerciais e promova a igualdade de oportunidades para todos.