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MPF recomenda cancelamento de créditos rurais na Amazônia e senador critica ONGs e impactos para produtores locais.

O senador Zequinha Marinho, do partido Podemos do Pará, fez duras críticas em seu pronunciamento no Plenário na terça-feira (25) às recomendações do Ministério Público Federal (MPF) aos bancos para o cancelamento ou liquidação antecipada de créditos rurais em propriedades localizadas em áreas de conservação, terras indígenas e florestas públicas na região amazônica.

Segundo Marinho, tais recomendações foram originadas a partir de um pedido do Greenpeace para que as instituições financeiras esclareçam se estão concedendo crédito em conformidade com a legislação ambiental. O senador acusou o Greenpeace de agir com o intuito de frear o progresso da produção brasileira e o desenvolvimento de infraestrutura, financiado por capital estrangeiro. Ele também ressaltou que a ONG utiliza estudos produzidos por si própria para embasar suas alegações e solicitações de interrupção de atividades.

Marinho argumentou que muitas áreas designadas como terras indígenas na Amazônia não são efetivamente habitadas por nenhuma etnia e que a recomendação do MPF prejudica produtores que têm suas operações nestas regiões há várias gerações. Ele afirmou que alguns bancos já comunicaram que não vão cancelar contratos firmados antes da nova resolução, argumentando que seguiram as regras vigentes na época da concessão dos créditos.

O senador alertou ainda que assentamentos do Incra e pequenos produtores rurais financiados pelo Pronaf também podem ser afetados pela recomendação. Ele ressaltou que isso pode impactar negativamente no acesso ao novo Plano Safra do governo federal, pois os pequenos produtores do Pronaf poderiam ser obrigados a devolver o dinheiro caso os bancos decidam seguir a recomendação do MPF.

Em suas declarações, Zequinha Marinho deixou claro sua preocupação com a situação, alegando que os bancos estão bastante apreensivos com as possíveis consequências da implementação desta recomendação. A discussão em torno deste tema promete ser acalorada nos próximos dias, conforme os envolvidos buscam encontrar uma solução que concilie os interesses dos produtores rurais, a preservação ambiental e a legalidade das operações financeiras.

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