Urgência no combate ao desmatamento: cientistas alertam para “ponto de não retorno” na Amazônia durante audiência na Câmara dos Deputados.

Na tarde desta terça-feira (02/07/2024), a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais promoveu uma audiência para discutir a situação alarmante da Floresta Amazônica. Cientistas alertaram para a urgência no combate ao desmatamento e aos incêndios florestais, visando evitar o chamado “ponto de não retorno”, que poderia resultar na autodegradação da floresta.

O climatologista Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, enfatizou os impactos do desmatamento e do aquecimento global na Amazônia. Segundo ele, a estação seca na região está se prolongando a cada década, e se atingir seis meses, a floresta corre o risco de se tornar um bioma semelhante ao Cerrado. A diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Ane Alencar, complementou destacando que os incêndios florestais têm acelerado esse processo de degradação.

Representantes do governo também estiveram presentes na audiência e apresentaram dados sobre a redução do desmatamento na Amazônia. O Secretário do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, ressaltou os esforços em curso para evitar o ponto crítico na degradação da floresta, como investimentos em bioeconomia e restauração agroflorestal, além do projeto de lei de manejo integrado do fogo em tramitação no Senado.

Além disso, Lima mencionou a retomada do Fundo Amazônia e a negociação de um mecanismo financeiro internacional de apoio à conservação florestal durante a COP-30. No entanto, o superintendente da Fundação Amazônia Sustentável, Virgílio Viana, fez apelos ao Congresso Nacional para aprovar mais medidas de proteção ambiental, como a regulamentação do mercado de carbono.

O deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), organizador do debate, enfatizou a importância de se basear na ciência para tomar decisões assertivas em relação à conservação da Amazônia. Ele também ressaltou a necessidade de incluir o tema nas discussões das eleições municipais deste ano, destacando a importância da participação da sociedade civil e das autoridades no enfrentamento dos desafios ambientais.

Em meio aos apelos e debates, fica evidente a urgência de ações concretas para preservar a maior floresta tropical do mundo e evitar a catástrofe iminente. O futuro da Amazônia e de toda a biodiversidade que ela abriga está nas mãos das decisões que forem tomadas agora. Demorar mais pode significar perder o que é irreparável.

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