Pantanal enfrenta pior crise hídrica em estudo inédito, com níveis de água abaixo do esperado desde 2019, alertam especialistas.

O Pantanal, um dos biomas mais emblemáticos do Brasil, enfrenta uma grave crise hídrica que vem se intensificando nos últimos anos. De acordo com um estudo inédito encomendado pelo WWF-Brasil e realizado pela ArcPlan, a região enfrenta desde 2019 o período mais seco das últimas quatro décadas. A previsão é que, até 2024, a situação se agrave ainda mais, com a possibilidade de a pior crise hídrica já registrada no bioma se tornar realidade.

Os dados obtidos por meio do uso de imagens de satélite do satélite Planet revelaram que, nos primeiros quatro meses deste ano, a área coberta por água no Pantanal foi menor do que a observada durante o período de seca do ano passado. A especialista em conservação do WWF-Brasil, Helga Correa, uma das autoras do estudo, ressaltou a preocupação com a redução significativa do nível do Rio Paraguai, principal rio que corta a região. Em 2024, o Rio Paraguai não ultrapassou a marca de 1 metro, enquanto o esperado seria um nível acima de 4 metros.

A falta de chuvas e o desmatamento na região são apontados como os principais responsáveis pela crise hídrica no Pantanal. A construção de barragens, estradas e as queimadas também contribuem para a degradação do bioma. O estudo alerta para as consequências drásticas que a seca extrema pode causar, não apenas na biodiversidade do Pantanal, mas também na economia local, que depende da preservação dos recursos naturais da região.

Diante desse cenário preocupante, a recomendação dos especialistas é a tomada de medidas urgentes para a prevenção e adaptação à seca, bem como o fortalecimento de políticas públicas que visem frear o desmatamento e promover práticas sustentáveis na região. A preservação do Pantanal não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão social e econômica, visto o impacto que a degradação do bioma pode ter na vida das comunidades locais e na biodiversidade da região. É fundamental agir de forma proativa para garantir a sustentabilidade do Pantanal e a qualidade de vida de seus habitantes.

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