Ícone do site Pauta Capital

Ministério Público Federal recomenda preservação das ossadas das vítimas da chacina do Jacarezinho em cemitérios do Rio de Janeiro

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro intensifica as investigações em torno da chacina que resultou na morte de 27 civis na comunidade do Jacarezinho, zona norte da cidade. Em um ofício enviado a cinco cemitérios locais, os administradores foram orientados a preservar as ossadas das vítimas desse trágico evento, considerado o mais letal em uma ação policial em uma comunidade carioca.

O documento emitido pelo MPF atendeu a pedido da Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado (Raave) e ressalta a necessidade de investigar possíveis irregularidades na condução de inquéritos pela Polícia Civil, especialmente relacionados às mortes decorrentes da Operação Exceptis. Entre as vítimas fatais da ação, estava o inspetor da Polícia Civil André Leonardo de Mello Frias, que perdeu a vida no desembarque de um veículo blindado da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod).

Diante da gravidade dos fatos, o MPF não descarta a possibilidade de encaminhar o caso ao Procurador-Geral da República e propor a federalização das investigações, visando responsabilizar internacionalmente o Brasil por eventuais violações aos direitos humanos. A exumação das ossadas será realizada em data e horário pré-determinados, na presença de autoridades policiais e dos administradores dos cemitérios, que deverão coordenar os procedimentos necessários.

É crucial que as investigações sigam rigorosamente as diretrizes legais e que a justiça seja feita em relação às vítimas da chacina no Jacarezinho. A população aguarda por respostas concretas e por medidas que garantam a transparência e a efetiva responsabilização dos envolvidos nesse triste episódio de violência urbana. A tensão e a comoção na comunidade permanecem, refletindo a necessidade urgente de reformas estruturais e de medidas eficazes para combater a violência policial e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos.

Sair da versão mobile