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Prevenção à cegueira: Audiência pública na Câmara discute longa espera por atendimento oftalmológico no SUS e importância do diagnóstico precoce.

Na tarde desta quarta-feira, dia 4 de julho de 2024, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados reuniu pacientes com problemas de visão para discutir a situação do atendimento oftalmológico no Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a audiência pública, diversas queixas foram apresentadas em relação à demora no acesso aos serviços de oftalmologia.

Segundo Ângela Sousa, representante da Retina Brasil, pacientes chegam a esperar até dois anos por uma consulta com oftalmologista pelo SUS. Já Vanessa Pirollo, coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy Diabetes e Obesidade, relatou que em algumas cidades de São Paulo existem cerca de 18 mil pessoas na fila para consultas oftalmológicas.

Diante desse cenário preocupante, os participantes da audiência propuseram a criação de um projeto de lei que estabeleça tempos máximos de espera para atendimento oftalmológico no SUS. A ideia é que o prazo para consulta não ultrapasse 60 dias, os exames necessários para diagnosticar retinopatia diabética sejam realizados em até 30 dias e o tratamento esteja disponível em até 30 dias.

Vanessa Pirollo destacou que aproximadamente 150 mil brasileiros desenvolvem retinopatia diabética por ano, podendo levar à cegueira se não tratada adequadamente. Além disso, reforçou que o país gasta anualmente cerca de R$ 43 bilhões em medicamentos e tratamentos para complicações dessa condição.

A deputada Fernanda Pessoa, autora do pedido para a realização do debate, ressaltou a importância do diagnóstico precoce, afirmando que 70% dos casos de cegueira poderiam ser evitados com um diagnóstico preciso. Wilma Lellis Barbosa, diretora do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, enfatizou a necessidade de um trabalho integrado de diferentes especialistas do SUS para a detecção precoce de problemas oftalmológicos.

Além da retinopatia, o glaucoma foi outra doença discutida na audiência como uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo. Emilio Suzuki, presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma, recomendou a realização de exames específicos para identificar a doença, principalmente para pacientes com fatores de risco.

Portanto, a audiência pública realizada na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados evidenciou a necessidade de melhorias no atendimento oftalmológico pelo SUS, bem como a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para evitar casos de cegueira evitáveis. Com a reivindicação por mais oftalmologistas e o incentivo à realização de exames preventivos, espera-se um avanço na saúde ocular da população brasileira.

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