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Escândalo bilionário nas Americanas: Fraudes contábeis de R$ 25 bilhões levam a pedido de recuperação judicial.

O Grupo Americanas, uma das maiores empresas do varejo brasileiro com quase cem anos de história, chocou o país ao revelar, em janeiro do ano passado, uma série de “inconsistências contábeis” que totalizavam mais de R$ 20 bilhões. Essas irregularidades, até então desconhecidas pelos investidores, fornecedores, credores e pelo público em geral, foram identificadas após uma análise na área contábil da empresa.

Essas operações financeiras, que envolviam o financiamento de compras no valor de R$ 20 bilhões, resultaram em dívidas da Americanas com instituições financeiras, que não estavam devidamente registradas nas demonstrações financeiras da companhia. Por conta disso, o Grupo Americanas precisou entrar com um pedido de recuperação judicial para proteger seus negócios e patrimônio.

No entanto, o escândalo não parou por aí. Meses depois, a empresa revelou que as discrepâncias eram resultado de fraudes contábeis. Após uma auditoria independente, foi constatado que a antiga diretoria da Americanas manipulou dados contábeis no valor de R$ 25,3 bilhões, principalmente através da criação artificial de contratos de verbas de propaganda cooperada (VPC).

Essas VPC fictícias eram utilizadas para melhorar os resultados operacionais da empresa, mas na realidade não existiam contratos reais com fornecedores para esses serviços. Além disso, a empresa também ocultou operações de risco sacado, que antecipavam pagamentos aos fornecedores através de empréstimos bancários, sem o devido registro contábil das dívidas.

Ex-diretores da Americanas são investigados pela Polícia Federal, com dois deles tendo prisão preventiva decretada, embora posteriormente convertida em medida cautelar de retenção para evitar que deixassem o país. A investigação ainda segue sob sigilo, conforme informações do Ministério Público Federal.

A dívida total da empresa com os credores, considerando as irregularidades contábeis, ultrapassou os R$ 42 bilhões, de acordo com o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para investigar a situação da Americanas.

Fundada em 1929 por quatro empresários americanos, a Americanas começou como uma pequena loja em Niterói e se expandiu ao longo dos anos, tornando-se uma das maiores varejistas do país. Com a abertura de capital na Bolsa de Valores na década de 40, a empresa cresceu e se diversificou, investindo em diversos segmentos, incluindo o e-commerce.

Recentemente, a Americanas anunciou o encerramento das operações dos sites Shoptime e Submarino, como parte de uma nova estratégia de negócios focada em uma operação mais ágil e eficiente para oferecer uma melhor experiência de compra aos consumidores.

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