América Latina e Caribe precisam adotar políticas de descarbonização para impulsionar crescimento e reduzir desigualdade, apontam especialistas.

Na América Latina e no Caribe, regiões conhecidas por sua vasta biodiversidade, um alerta foi dado por especialistas em relação ao crescimento econômico associado à economia verde, o qual tem sido escasso. A diretora interina da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Camila Gramkow, destacou que a projeção de crescimento das economias da região para 2024 é lenta, devendo ficar em torno de 2,1%.

De acordo com a Cepal, a América do Sul terá um crescimento de 1,6%, enquanto a América Central, México e Caribe (com exceção da Guiana) terão taxas de 2,7% e 2,8%, respectivamente. Durante a 76ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, foi discutida a necessidade de políticas de descarbonização na indústria como meio de promover o desenvolvimento e reduzir a desigualdade social na região.

Camila Gramkow ressaltou que a mudança climática é um fator que pode agravar a desigualdade social, afetando de forma desproporcional as comunidades mais vulneráveis. Ela enfatizou a importância de adotar políticas que impulsionem a descarbonização da indústria, visando um crescimento mais inclusivo e sustentável.

A diretora da Cepal também destacou a necessidade de investimentos na indústria para impulsionar a transição para uma economia verde. Ela mencionou setores como transição energética, energias renováveis e agricultura sustentável como áreas-chave que podem impulsionar a descarbonização e gerar empregos.

No Brasil, o governo tem adotado estratégias para incentivar a descarbonização, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). João Francisco Avelino, diretor de Descarbonização e Finanças Verdes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, ressaltou a importância de gerar demanda por produtos verdes para impulsionar a indústria nessa direção.

Além disso, Luís Adriano do Nascimento, coordenador do programa de biotecnologia da Universidade Federal do Pará, apontou os biocombustíveis e combustíveis verdes como essenciais para a redução das emissões de carbono. Ele enfatizou a importância da ciência e dos investimentos para encontrar soluções rápidas e eficazes para enfrentar os desafios da transição energética e da descarbonização.

Em suma, a descarbonização da indústria é um desafio crucial para a América Latina e o Caribe, com potenciais benefícios econômicos, sociais e ambientais. A cooperação entre o setor público, o setor privado e a sociedade civil será fundamental para impulsionar essa transição rumo a uma economia mais verde e inclusiva.

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