O áudio, mencionado no relatório da investigação paralela da Abin, foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a retirada do sigilo do inquérito. Com 1 hora e 8 minutos de duração, a conversa está sob segredo de Justiça e está relacionada ao uso indevido da Abin para obter informações sobre a investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro e o caso de “rachadinha” em seu antigo gabinete.
Agentes envolvidos no esquema monitoraram três auditores da Receita Federal responsáveis pelo relatório fiscal que embasou a investigação. O relatório da PF aponta que Ramagem sugeriu a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores da Receita com o intuito de anular a investigação e remover os auditores de seus cargos.
A investigação da Polícia Federal concluiu que as ações discutidas na conversa gravada se concretizaram, evidenciando a atuação da Abin paralela durante o governo do ex-presidente. Um dos auditores envolvidos no caso foi exonerado pelo governo em 2020.
Em meio às revelações, o senador Flávio Bolsonaro negou qualquer envolvimento com a Abin e sugeriu que a divulgação do relatório foi uma tentativa de prejudicar a candidatura de Ramagem à Prefeitura do Rio de Janeiro. A Agência Brasil está buscando contato com as defesas de Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem para mais esclarecimentos sobre o caso.
Essa revelação traz à tona questões delicadas sobre o uso indevido de órgãos de inteligência e a interferência política, colocando em xeque a transparência e a integridade no governo. O desenrolar desse escândalo certamente irá gerar debates e discussões sobre a ética e a legalidade das ações dos agentes envolvidos.