Desoneração da folha de pagamento: Senado e governo em impasse sobre compensação financeira para 17 setores beneficiados.

O impasse entre governo e Senado em relação à compensação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores beneficiados tem gerado incerteza e preocupação. Com a proximidade do prazo para evitar que essas empresas voltem a pagar 20% de imposto sobre os salários dos funcionários, a falta de acordo tem adiado a votação do projeto PL 1.847/2024, que estava prevista para acontecer na quarta-feira (10).

A maioria dos senadores tem resistido à ideia de aumentar tributos como forma de compensar a desoneração. A expectativa era resolver essa questão até a próxima quarta-feira (17), porém, já se fala em um possível pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para estender o prazo, que se encerra no dia 19. O projeto mantém a desoneração total neste ano e estabelece a reoneração gradual da tributação sobre a folha de pagamento de 2025 a 2027.

A principal questão em aberto é o cálculo do impacto das medidas sugeridas pelos senadores para compensar a desoneração. O governo estima que o montante necessário é de aproximadamente R$ 17 bilhões, porém a Receita Federal e o Ministério da Fazenda consideram essa quantia insuficiente, já que o impacto total da desoneração fiscal é calculado em R$ 26 bilhões para o ano de 2024.

Diversas propostas têm sido apresentadas, como o aumento de 1 ponto percentual na alíquota da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), porém, algumas delas têm encontrado resistência no Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, enfatizou a importância de chegar a um acordo para garantir a continuidade da reoneração gradativa e adotar programas suficientes para sustentar a desoneração.

Líderes partidários têm se manifestado a favor e contra medidas específicas de compensação, como o aumento da tributação para os bancos. A necessidade de fechar essa conta e encontrar uma solução que seja justa e equilibrada para todos os setores envolvidos tem se mostrado um desafio complexo, que está nas mãos do relator do projeto, Jaques Wagner, e deve ser discutido tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. Ainda assim, existe a possibilidade da necessidade de solicitar um prazo maior ao STF para garantir a efetiva compensação da desoneração fiscal.

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