A investigação em curso indicou a existência de uma estrutura paralela montada na Abin, cujo objetivo seria monitorar ilegalmente adversários políticos e pessoais ligados ao clã Bolsonaro. O conteúdo dos diálogos entre o militar Giancarlo Gomes Rodrigues e o policial federal Marcelo Araújo Bormevet foi crucial para a polícia, já que revelaram informações sobre o programa First Mile, capaz de rastrear aparelhos celulares de forma discreta.
O pedido de prisão dos investigados foi deferido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que está à frente das duas investigações em andamento. A PF apontou que as mensagens trocadas entre os envolvidos fazem referência ao possível rompimento democrático, indicando um potencial conhecimento sobre o planejamento para criar a minuta do decreto de intervenção. Para os investigadores, essas declarações são circunstâncias relevantes que evidenciam a participação dos acusados nos crimes investigados.
Além dos investigados já presos, uma quinta pessoa permanece foragida. Os crimes atribuídos a esses indivíduos incluem pertencimento a organização criminosa, invasão de dispositivos informáticos, interceptação clandestina de comunicações e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A Agência Brasil está tentando contato com os investigados para obter seus posicionamentos sobre os fatos apresentados durante a operação Última Milha.