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Proposta de emenda constitucional gera polêmicas sobre cotas raciais e refinanciamento de dívidas de partidos políticos no Plenário.

Nesta quinta-feira, durante a sessão no Plenário da Câmara dos Deputados, parlamentares entraram em divergência sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/23, que está em análise. O documento prevê a criação de uma espécie de Refis para partidos políticos, além de exigir a aplicação, a partir de 2026, da quantia que deixou de ser destinada para o cumprimento da cota racial nas eleições anteriores.

O presidente da Casa, Arthur Lira, destacou que a proposta busca regulamentar as cotas para raças e mulheres nas eleições futuras. Ele afirmou que a intenção é garantir o cumprimento das cotas e não apenas anistiar os partidos políticos. Por outro lado, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) argumentou que a proposta visa anistiar os partidos, ressaltando a importância da proporcionalidade nas candidaturas negras.

Por sua vez, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) defendeu a versão atual do texto, afirmando que não concede anistia ampla aos partidos. Ele destacou a importância de garantir que as candidaturas negras recebam recursos financeiros adequados. Já a deputada Dandara (PT-MG) ressaltou a importância do financiamento para candidaturas negras, mulheres e jovens negros.

No entanto, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), responsável pelo relatório da proposta, enfatizou que não há anistia aos partidos, já que os recursos não utilizados para candidaturas de pretos e pardos serão destinados nas próximas eleições. Além disso, o deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) alertou para o risco de não haver garantias sobre a destinação dos recursos das cotas não utilizados.

A proposta também prevê a criação de um refinanciamento das dívidas dos partidos políticos, institutos ou fundações, com isenção de juros e multas. No entanto, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) considerou a PEC inconstitucional e antiética, destacando a importância da integridade dos partidos políticos.

Diante das discussões acaloradas, a votação da proposta segue em andamento, com mais informações a serem divulgadas posteriormente. A reportagem está a cargo de Tiago Miranda, com edição de Pierre Triboli.

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