O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, apontou que a compra de itens para doação e a chamada “corrida aos mercados” foram os principais fatores que impulsionaram as vendas no Rio Grande do Sul. Segundo ele, as pessoas se anteciparam ao desabastecimento e buscaram garantir suprimentos necessários para ajudar aqueles afetados pelas enchentes.
O estado se destacou como o quinto com maior taxa de crescimento do comércio em todo o país, em meio a um contexto de desafios e dificuldades enfrentados pela população local. As enchentes deixaram mais de 180 mortos e provocaram impactos negativos na economia, como a interrupção da produção de fábricas e o fechamento de pontos de venda devido à destruição de rodovias.
Além dos hiper e supermercados, que foram impulsionados pelas compras emergenciais, outras atividades comerciais também apresentaram altas significativas, como os segmentos de tecidos, vestuário, calçados, móveis, eletrodomésticos e artigos farmacêuticos. O pesquisador do IBGE ressaltou que o efeito das doações também influenciou o aumento nas vendas de diversos produtos, resultando em um impacto positivo na receita e no volume de vendas.
Embora os efeitos das doações também tenham sido observados em outros estados, o pesquisador destacou que tais impactos não são tão visíveis quanto no Rio Grande do Sul. Santos enfatizou que o aumento nas vendas não se deve apenas a fatores inflacionários, mas sim a uma mobilização da sociedade em auxiliar aqueles que mais precisam em momentos de crise. A solidariedade, mais uma vez, se mostrou como um elemento fundamental na recuperação e fortalecimento das comunidades afetadas pelas enchentes.