Estatuto da Criança e do Adolescente completa 34 anos com novos desafios no ambiente digital e proteção de dados.

Há exatos 34 anos, em 13 de julho de 1990, um marco legislativo foi estabelecido no Brasil: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Esse importante documento foi criado com o objetivo de garantir direitos e proteção às pessoas com menos de 18 anos, promovendo avanços significativos nas áreas de educação e saúde infantil.

No entanto, mesmo com os avanços proporcionados pelo ECA, novos desafios surgem, especialmente no ambiente digital. A proteção das crianças e adolescentes no mundo online tornou-se uma questão urgente nos dias atuais. Especialistas e autoridades alertam para a necessidade de ampliar a educação, conscientização e fiscalização em relação ao uso das novas tecnologias.

Durante um seminário realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania em Brasília, a presidenta do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Marina de Pol Poniwas, destacou a importância do debate sobre o uso consciente de telas e dispositivos digitais, ressaltando os riscos de adoecimento físico e mental decorrentes do uso inadequado da internet.

A advogada Renata Escudero, mestre em direitos humanos, enfatizou os perigos do uso inadequado de dados digitais de crianças e adolescentes, apontando a necessidade de proteger esses indivíduos de ferramentas como a inteligência artificial, que podem gerar vídeos e imagens falsas.

O advogado Marcos Ehrhardt Júnior, vice-presidente da Comissão Nacional de Família e Tecnologia do Instituto Brasileiro de Direito de Família, ressaltou o descompasso entre as regulações existentes e o uso das plataformas digitais, destacando a necessidade de compreender o funcionamento dessas plataformas e buscar informações sobre o marco regulatório de proteção de dados.

Além disso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anunciou o lançamento do projeto “Diversidades das Primeiras Infâncias” em comemoração aos 34 anos do ECA. Esse projeto visa destacar as diferenças entre as infâncias das crianças indígenas, negras, deficientes, de terreiro e em situação de rua, reforçando a importância de garantir os direitos fundamentais de todas as crianças, independentemente de sua origem ou condição.

Em meio a esses debates e desafios, é essencial que a sociedade e as autoridades continuem trabalhando em conjunto para garantir a proteção e o bem-estar das crianças e adolescentes, adaptando-se aos novos cenários e exigências do mundo digital.

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