Inaugurado em 2010, o Ventura Corporate Towers se destacou na paisagem urbana do Rio de Janeiro, sediado a 250 metros das sedes da Petrobras e do BNDES, além de ser certificado pela Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) devido às suas práticas sustentáveis. As torres atualmente ocupadas pela UFRJ foram construídas em um terreno que pertencia à universidade, em um acordo que incluiu a cedência dos 11 pavimentos em troca de parte da área construída.
Ao longo dos anos, 54% dos espaços estão atualmente alugados, enquanto 26% permanecem vagos e dois andares são ocupados pela Escola de Música desde 2015. O Projeto de Valorização do Patrimônio da UFRJ, que inclui a proposta de negociação dos 11 andares do edifício, tem sido discutido desde 2017, abrangendo diferentes reitorias.
A proposta envolve a realização de 10 contrapartidas, visando melhorias físicas e a conclusão de obras inacabadas, alinhadas com o Plano Diretor 2030 da UFRJ. Além disso, a instituição busca recursos adicionais para viabilizar suas demandas em meio a uma crise orçamentária. A modelagem do negócio de licitação foi elaborada em parceria com o BNDES, estabelecendo que a venda dos 11 andares aconteça em bloco e o vencedor assuma os riscos eventuais nas obras.
As discussões sobre a negociação dos andares do Ventura Corporate Towers têm suscitado questionamentos por parte da comunidade acadêmica, especialmente em relação aos impactos financeiros e à importância da receita gerada pelos alugueis para o orçamento da UFRJ. A permuta proposta enfrenta resistência de alguns setores, levantando dúvidas sobre a viabilidade e impactos a longo prazo. A continuidade do processo dependerá da deliberação do Conselho Universitário, que avaliará se a negociação trará benefícios concretos para a universidade.
Essa discussão, que envolve tanto aspectos financeiros quanto a preservação do patrimônio da UFRJ, se estende em um contexto desafiador, no qual a instituição busca alternativas para garantir sua sustentabilidade e desenvolvimento acadêmico. A definição sobre o futuro dos 11 andares do Ventura Corporate Towers será um reflexo das decisões tomadas em relação aos desafios orçamentários e estratégias de longo prazo da universidade.