Essa decisão tem como objetivo valorizar atividades como limpar a casa, cozinhar, cuidar dos filhos e idosos da família, bem como prestar serviços para a comunidade. Segundo a proposta aprovada, a economia do cuidado será calculada em uma conta vinculada ao Sistema Nacional de Contas, utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir o desenvolvimento econômico e social do país. Esse cálculo será realizado, no máximo, a cada cinco anos.
A relatora da proposta, Talíria Petrone, destacou a importância da medida para uma apuração mais realista da riqueza produzida no país, bem como para dar visibilidade ao trabalho doméstico e incentivar políticas públicas que visem diminuir a desigualdade de gênero. Petrone ressaltou que as mulheres, especialmente as mulheres negras, são as maiores responsáveis pelas políticas de cuidado e, portanto, devem ter seu trabalho valorizado e contabilizado.
Além disso, a proposta prevê que o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) acompanhe a implantação da economia do cuidado no sistema de contas, em parceria com órgãos de controle, universidades e organizações sociais. No entanto, a relatora retirou a obrigatoriedade de relatórios semestrais sobre o acompanhamento.
A proposta seguirá para análise nas comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público; Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser encaminhada para o Senado. A medida, se aprovada, poderá representar uma importante mudança na forma como a contribuição das mulheres para a economia é reconhecida e valorizada no país.