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Comissão aprova inclusão da economia do cuidado no cálculo do PIB para valorizar trabalho não remunerado das mulheres.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher aprovou, nesta segunda-feira (15), uma proposta que pode revolucionar a forma como o Produto Interno Bruto (PIB) é calculado no Brasil. A medida visa incluir a economia do cuidado no sistema de cálculo do PIB, reconhecendo o trabalho não remunerado geralmente exercido por mulheres.

Essa decisão tem como objetivo valorizar atividades como limpar a casa, cozinhar, cuidar dos filhos e idosos da família, bem como prestar serviços para a comunidade. Segundo a proposta aprovada, a economia do cuidado será calculada em uma conta vinculada ao Sistema Nacional de Contas, utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir o desenvolvimento econômico e social do país. Esse cálculo será realizado, no máximo, a cada cinco anos.

A relatora da proposta, Talíria Petrone, destacou a importância da medida para uma apuração mais realista da riqueza produzida no país, bem como para dar visibilidade ao trabalho doméstico e incentivar políticas públicas que visem diminuir a desigualdade de gênero. Petrone ressaltou que as mulheres, especialmente as mulheres negras, são as maiores responsáveis pelas políticas de cuidado e, portanto, devem ter seu trabalho valorizado e contabilizado.

Além disso, a proposta prevê que o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) acompanhe a implantação da economia do cuidado no sistema de contas, em parceria com órgãos de controle, universidades e organizações sociais. No entanto, a relatora retirou a obrigatoriedade de relatórios semestrais sobre o acompanhamento.

A proposta seguirá para análise nas comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público; Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser encaminhada para o Senado. A medida, se aprovada, poderá representar uma importante mudança na forma como a contribuição das mulheres para a economia é reconhecida e valorizada no país.

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