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Delegado nega relação com irmãos Brazão em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em meio a acusações graves

Na noite desta segunda-feira (15), o delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior prestou depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, onde negou veementemente qualquer ligação com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Estes foram presos em março sob a acusação de serem os mandantes do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em 2018.

Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, está detido sob a suspeita de ter comprometido as investigações do crime. Em seu depoimento, ele afirmou que sua nomeação para o cargo de chefia na Polícia Civil não foi influenciada pelos irmãos Brazão e que nunca teve qualquer contato com eles. Ele também ressaltou que lutou ativamente contra as milícias no Rio de Janeiro, classificando-as como um “câncer” que resulta em inúmeros assassinatos na região.

Durante o depoimento, o delegado enfrentou questionamentos do deputado Chico Alencar (Psol-RJ) sobre a suposta interferência da polícia nas investigações, com base na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle. Barbosa refutou veementemente as acusações de Lessa e enfatizou que foi o delegado Giniton Lages quem prendeu o criminoso com base em provas técnicas.

Chiquinho Brazão, deputado em processo no Conselho de Ética que pode resultar na cassação de seu mandato, continua detido preventivamente no presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Sua prisão, assim como a de seu irmão Domingos Brazão, foi decretada pela Polícia Federal em março.

Além das declarações de Rivaldo Barbosa, outras testemunhas indicadas pela defesa de Brazão também foram ouvidas, incluindo o vereador Willian Coelho e o ex-deputado Paulo Sérgio Ramos Barboza. Ambos defenderam a inocência do deputado e ressaltaram a importância de se garantir o direito à presunção de inocência.

O desfecho desse caso ainda é aguardado com expectativa, especialmente a audiência de Chiquinho Brazão no Conselho de Ética marcada para a próxima terça-feira (16). Enquanto isso, a investigação sobre o brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes continua a despertar repercussões políticas e sociais no cenário brasileiro.

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