Funcionárias da Polícia Rodoviária Federal denunciam casos de assédio em audiência na Câmara dos Deputados: negligência da corregedoria é questionada.

Na última terça-feira, dia 15 de julho de 2024, ocorreu uma importante audiência na Câmara dos Deputados que trouxe à tona casos de assédio na Polícia Rodoviária Federal. Durante a reunião da Comissão de Legislação Participativa, servidoras da instituição relataram situações de assédio sexual e moral que vêm sofrendo.

Uma das denunciantes, a funcionária terceirizada Denise Lara Lacerda, afirmou ter sido vítima de assédio sexual e moral. Em seu depoimento, ela mencionou que após testemunhar em uma denúncia feita por um colega, passou a sofrer perseguições e foi demitida da instituição.

Outra servidora, Sabrina Pereira Soares Damasceno, também relatou ter sido assediada sexualmente em 2015 durante seu estágio probatório. Ela afirmou que, ao não corresponder às investidas de seu chefe imediato, passou a ser vítima de assédio moral e perseguições, o que a levou a se transferir do estado de Minas Gerais para o Espírito Santo.

Sabrina ainda destacou a negligência da corregedoria da PRF em relação às denúncias de assédio, mencionando episódios em que foi desrespeitada e suas queixas não foram aceitas. Segundo ela, a estrutura de acobertamento dos assediadores na instituição é evidente, com casos de impunidade e abuso de poder.

A falta de clareza nas penalidades disciplinares para casos de assédio sexual na PRF foi abordada pelo corregedor-geral da instituição, Vinicius Behrmann Bento. Segundo ele, somente em dezembro de 2023 houve uma definição clara dos comportamentos considerados assédio e das punições correspondentes.

A deputada Erika Kokay, responsável pelo requerimento do debate, enfatizou a importância de investigar as denúncias e punir os abusadores, ressaltando a necessidade de espaços seguros para denúncias e a garantia de respostas efetivas.

Diante de um cenário preocupante de abusos e impunidade, a audiência pública promovida pela Comissão de Legislação Participativa evidenciou a urgência de medidas concretas para coibir o assédio moral e sexual na Polícia Rodoviária Federal. A luta contra essa prática deve ser contínua, visando a proteção e o respeito às mulheres que integram a instituição.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo