Por outro lado, o estudo apontou uma queda no número de diretores contratados exclusivamente por indicação da gestão, que passou de 24% em 2019 para 20% em 2023. Essa mudança na forma de acesso ao cargo de direção nas escolas estaduais tem causado impactos importantes na rotina escolar, acreditam especialistas.
Para Duda Quiroga, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), as eleições diretas representam um processo de exercício de democracia, possibilitando a escuta da comunidade escolar e permitindo a construção de um projeto político-pedagógico a partir da realidade local. Segundo ela, diretores contratados de fora ou por indicação tendem a ter menos comprometimento com a rede escolar.
A pesquisa também trouxe dados sobre o perfil dos diretores, indicando que em 2023, 50,6% eram brancos, 24,8% pardos, 4,5% pretos e 17,6% não declararam cor/raça. Em relação ao sexo, houve um aumento no número de homens ocupando o cargo, passando de 23,6% em 2011 para 33,5% em 2023. Quanto à formação, a pesquisa apontou que em 2023, 38% dos diretores eram formados em pedagogia, enquanto 55,2% tinham formação em outras áreas da educação.
Além disso, a pesquisa abordou desafios enfrentados pelos diretores, como a sobrecarga de trabalho semanal, a falta de recursos e pessoal, bem como a assiduidade de docentes e estudantes. Segundo Ivan Gontijo, do Todos Pela Educação, a pandemia agravou a situação, gerando lacunas nas aprendizagens dos alunos e problemas socioemocionais.
Diante desses desafios, é fundamental o avanço nos estudos sobre a categoria dos diretores, pois eles desempenham um papel estratégico na gestão escolar e no funcionamento das unidades de ensino. A atuação desses profissionais impacta diretamente a qualidade da educação oferecida nas escolas, e, portanto, é essencial investir na formação e capacitação adequada dos diretores para promover uma educação de qualidade.