O secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Eloy Terena, liderou a equipe e destacou a importância de ouvir as demandas das comunidades locais. Em suas redes sociais, Terena relatou que os indígenas foram cercados por caminhonetes e atacados com disparos de arma de fogo durante os incidentes.
Na terça-feira, a comitiva federal visitou a Terra Indígena Amambaipegua I, onde ocorreu um dos ataques, e implementou estratégias de proteção para evitar novos confrontos. O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o emprego da Força Nacional para preservar a ordem nas aldeias indígenas da região, após a solicitação do MPI e da Defensoria Pública da União.
Além disso, a comitiva esteve presente em outras localidades, como Tekoha Panambi e Tekoha Yvyajere, onde indígenas foram alvo de ataques após decidirem retomar parte de seus territórios ancestrais. A situação evidenciou a insegurança jurídica enfrentada pelos povos indígenas devido à demora na demarcação e homologação de suas terras.
A preocupação com a violência no campo também se estende ao Paraná, onde recentemente ocorreram conflitos semelhantes aos de Mato Grosso do Sul. Famílias avá guarani foram atacadas por ruralistas após ampliarem suas ocupações em áreas já delimitadas para futuras terras indígenas. A presença dos agentes da Força Nacional não intimidou os agressores, resultando em feridos e impedindo a entrega de doações alimentares.
A comitiva federal, composta por representantes de diversos órgãos e entidades, pretende continuar sua atuação no Paraná e em outras regiões do país, buscando mediar conflitos, proteger os direitos dos povos indígenas e garantir a segurança nas comunidades afetadas. A instabilidade gerada por questões como a chamada Lei do Marco Temporal e propostas legislativas anti-indígenas é apontada como um dos principais fatores que contribuem para a violência sofrida pelas populações tradicionais.