De acordo com informações da PF, os suspeitos teriam utilizado um veículo fraudulentamente registrado em nome de terceiros, financiado com documentos falsificados, durante a ação criminosa. Além disso, o número de celular utilizado por um dos investigados na época do crime estava cadastrado em nome de outra pessoa, o que levou as investigações a inicialmente seguirem um rumo equivocado. Após a identificação do verdadeiro usuário do telefone, os mandados de prisão foram expedidos e cumpridos durante a operação.
O assassinato de Binho do Quilombo, ocorrido em setembro de 2017, foi realizado a tiros dentro de seu veículo, próximo à sua residência na comunidade quilombola Pitanga dos Palmares. A motivação para o crime ainda não foi revelada, mas a polícia recolheu armas e relógios de luxo durante a operação, que também incluiu o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão no estado.
A morte de Binho do Quilombo foi seguida pela execução de sua mãe, Maria Bernadete, em agosto de 2023. Ela atuava como coordenadora nacional de articulação de quilombos e líder da comunidade Pitanga dos Palmares, tendo denunciado atividades ilegais de madeireiros em áreas de proteção ambiental. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério de Direitos Humanos e da Igualdade Racial acompanharam o caso, pedindo uma investigação rigorosa.
A prisão dos suspeitos após quase um ano da morte de Mãe Bernadete representa um avanço nas investigações desses casos, que chocaram a comunidade quilombola e repercutiram em todo o país. A elucidação desses crimes é fundamental para garantir justiça e segurança às comunidades tradicionais e para combater a impunidade em casos de violência contra defensores dos direitos humanos.