Ícone do site Pauta Capital

PF prende suspeitos do assassinato de Binho do Quilombo após investigação complexa e intensa no estado da Bahia.

Dois suspeitos do assassinato de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, foram presos pela Polícia Federal em uma operação realizada entre a tarde de quarta-feira e a manhã de quinta-feira. Binho era representante da comunidade quilombola de Pitanga dos Palmares, na Bahia, juntamente com sua mãe, Maria Bernadete Pacífico Moreira, que também foi vítima de homicídio no ano anterior.

De acordo com informações da PF, os suspeitos teriam utilizado um veículo fraudulentamente registrado em nome de terceiros, financiado com documentos falsificados, durante a ação criminosa. Além disso, o número de celular utilizado por um dos investigados na época do crime estava cadastrado em nome de outra pessoa, o que levou as investigações a inicialmente seguirem um rumo equivocado. Após a identificação do verdadeiro usuário do telefone, os mandados de prisão foram expedidos e cumpridos durante a operação.

O assassinato de Binho do Quilombo, ocorrido em setembro de 2017, foi realizado a tiros dentro de seu veículo, próximo à sua residência na comunidade quilombola Pitanga dos Palmares. A motivação para o crime ainda não foi revelada, mas a polícia recolheu armas e relógios de luxo durante a operação, que também incluiu o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão no estado.

A morte de Binho do Quilombo foi seguida pela execução de sua mãe, Maria Bernadete, em agosto de 2023. Ela atuava como coordenadora nacional de articulação de quilombos e líder da comunidade Pitanga dos Palmares, tendo denunciado atividades ilegais de madeireiros em áreas de proteção ambiental. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério de Direitos Humanos e da Igualdade Racial acompanharam o caso, pedindo uma investigação rigorosa.

A prisão dos suspeitos após quase um ano da morte de Mãe Bernadete representa um avanço nas investigações desses casos, que chocaram a comunidade quilombola e repercutiram em todo o país. A elucidação desses crimes é fundamental para garantir justiça e segurança às comunidades tradicionais e para combater a impunidade em casos de violência contra defensores dos direitos humanos.

Sair da versão mobile