De acordo com os pesquisadores, a restauração da vegetação nativa da caatinga não apenas traria benefícios ambientais, como regulação hídrica e controle da erosão, mas também poderia gerar oportunidades econômicas sustentáveis, proporcionando renda e empregos para as comunidades locais. A coordenadora de projetos do WRI Brasil, Luciana Alves, ressaltou a importância da conservação e restauração da paisagem na caatinga para a resiliência climática e a segurança hídrica das regiões.
Dentre os arranjos de restauração recomendados para os territórios analisados estão o Sistema AgroFlorestal (SAF) forrageiro, com destaque para a palma forrageira, e outros modelos como SAF Melífero, SAF Frutífero, Integração lavoura-pecuária-floresta, Regeneração Natural Assistida, Restauração Ativa e Restauração Hidroambiental.
Luciana ressaltou que a restauração da caatinga pode se beneficiar de recursos internacionais e privados, devido à relevância desse bioma para a agenda climática. A caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, abrange cerca de 850 mil quilômetros quadrados e é a região semiárida mais densamente povoada do planeta, com aproximadamente 27 milhões de habitantes.
Além disso, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou a seleção de 12 projetos prioritários para a criação de unidades de conservação federais na caatinga, visando aumentar a proteção de mais de um milhão de hectares até 2026. Essas medidas demonstram o compromisso do governo brasileiro em preservar e restaurar o bioma da caatinga em benefício do meio ambiente e das comunidades locais.