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STJ autoriza adolescente de 13 anos a realizar aborto legal após magistradas negarem pedido de interrupção da gravidez

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu uma decisão histórica nesta quarta-feira (24), autorizando uma adolescente de 13 anos a passar pelo procedimento de aborto legal. A medida foi tomada após duas magistradas do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) negarem a interrupção da gravidez para a jovem, que foi vítima de estupro por um homem de 24 anos.

A ministra Maria Thereza de Assis Moura foi responsável por emitir a decisão em caráter sigiloso, atendendo a um habeas corpus apresentado pela Defensoria Pública de Goiás. Segundo a legislação penal brasileira, a interrupção da gestação é permitida nos casos de gravidez resultante de estupro e deve ser realizada por médicos com o consentimento da vítima.

O caso ganhou grande repercussão midiática após uma matéria divulgada pelo site Intercept Brasil, que revelou que o aborto legal havia sido negado por um hospital em Goiás e em duas decisões judiciais proferidas pela juíza Maria do Socorro de Sousa Afonso e Silva e a desembargadora Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade. A adolescente estaria na 28ª semana de gestação e tenta interromper a gravidez desde a 18ª semana.

O corregedor-nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, determinou que as magistradas envolvidas no caso prestem esclarecimentos, ressaltando que, caso comprovadas as falhas, haverá repercussões disciplinares. Procurado pela imprensa, o Tribunal de Justiça de Goiás se recusou a comentar sobre o assunto devido ao segredo de Justiça que envolve as decisões judiciais relacionadas à menor.

O caso levanta debates sobre a importância do cumprimento da legislação que protege os direitos das vítimas de estupro e a necessidade de respeitar a dignidade e autonomia das mulheres em situações sensíveis como a gravidez resultante de violência sexual. A decisão do STJ representa um marco na defesa dos direitos reprodutivos e na garantia da saúde e bem-estar das mulheres, especialmente as mais vulneráveis.

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